Devo me preocupar com os custos dos meus investimentos?

Diariamente, me deparo com opiniões de especialistas, seja em jornais, revistas ou artigos especializados enfatizando a importância de aplicar em investimentos com os menores custos possíveis.

Mais ainda, se puder, faça você mesmo. Isso sempre me incomodou, principalmente, porque a teoria e a prática podem não ser tão próximas quanto se imagina.

É claro que o cenário ideal é investir sempre nas aplicações mais rentáveis possíveis. Só um louco, com duas opções iguais, investiria na menos rentável ou a mais cara.

O problema é que na prática as coisas não são tão simples. Algumas vezes o investidor pagará um preço pela disciplina, ou falta dela, ou pagará para ter um gestor profissional tomando decisões complexas por ele, e isso será muito benéfico para o investidor.

Explico com um exemplo simples: peguemos um fundo de previdência que invista apenas em títulos de renda fixa e cobre 1% ao ano de taxa de administração. Imaginem que este fundo invista apenas em títulos públicos federais. Na prática, estes fundos podem investir em títulos privados, mas vamos simplificar para facilitar o entendimento.

Um investidor poderia pensar:

“Ótimo! Vou, eu mesmo, comprar títulos no Tesouro Direto! É mais barato. Na minha corretora custa 0,4% ao ano”.

Realmente, é mais barato, mas ao abrir o site se depara com uma sopa de letrinhas: NTN-B; LFT, NTN-F; NTN-C;LTN.

Qual título escolher?

Neste ponto, um gestor profissional seria de grande ajuda, não?

Imaginem que nosso investidor domine o mundo da renda fixa e saiba escolher os títulos, saiba casar a duration dos títulos com seus objetivos e necessidades futuras. Saiba como eles se comportam nos diversos cenários de taxas de juros. Seja, praticamente, um gestor. Está preparado para montar sua carteira para aposentadoria.

O problema agora é outro: terá ele disciplina para, religiosamente, mês após mês, comprar seus títulos durante 20 ou 30 anos?

Aquele mês em que gastou um pouco mais com jantares ou que teve despesas inesperadas podem surgir e a compra dos títulos ficar para segundo plano. Em 30 anos isso pode acontecer diversas vezes, mesmo com os mais disciplinados.

Neste caso, a facilidade do débito em conta de uma previdência privada pode ser empurrão que você precisava para economizar religiosamente, como nunca havia feito antes, sem exceções ou com o famoso “mês que vêm eu compenso”.

Nós acreditamos que cada pessoa possui um perfil, características e objetivos específicos que devem ser levadas em consideração ao traçar seu plano financeiro.

Analisamos cada caso individualmente.

Você deve fazer o mesmo, reconhecer suas forças e fraquezas e traçar um plano específico para você e não um plano que fique lindo no papel, mas que na prática não termine com você atingindo seus objetivos.

Artigo publicado originalmente no blog.guidelife.com.br, blog.guide.com.br e LinkedIn.