Self-service ou assessoria: existe um modelo ideal para investir?
Uma característica que todos os seres humanos possuem é o julgamento dualista das coisas que nos rodeiam. Consideramos elas boas ou ruins. Na maioria das vezes, essa forma de ver o mundo é errada. Julgar algo como bom ou ruim depende de muitas variáveis. Costumo falar que o mundo não é preto ou branco, mas sim vários tons de cinza. Uma discussão que existe no mercado financeiro é sobre qual a melhor forma de investir:
Self-service: quando você investe sem ajuda de nenhum profissional. Todas suas decisões são tomadas sozinho;
Assessoria/consultoria: investir com a assessoria/consultoria de um profissional certificado que forneça informações sobre o mercado, ofertas de investimentos, acompanhe a sua carteira, oriente e explique o funcionamento do mercado.
Considero que existem dois pontos principais que devem ser levados em consideração ao decidir qual a melhor forma para investir.
1 - Qual o seu perfil de investidor?
Podemos simplificar o perfil do investidor em 2 níveis:
Autodidata: pessoa que gosta de estudar investimentos, acompanhar o mercado e possui tempo para isso;
Delegador: perfil que não gosta de estudar finanças, investimentos, muito menos acompanhar o mercado. Ele sente-se estressado por ter de pensar no assunto e quer focar no próprio trabalho, delegando a gestão dos seus investimentos.
2 - Qual o patrimônio que você possui para investir?
Quanto maior for o seu patrimônio, mais profissionais estarão interessados em ajudá-lo com os seus investimentos. Um assessor/consultor consegue atender, em média, 100 clientes com um padrão de qualidade alto. Por isso, os profissionais bons, tendem a exigir um valor mínimo de investimento para poder atendê-lo. Como clientes “maiores” são mais rentáveis, se um assessor aceitar atender um cliente com pouco capital, provavelmente o cliente pagará um valor para o assessor, mas não terá a mesma atenção que os seus maiores clientes.
Como escolher o melhor modelo?
Investidor com menos de R$ 100.000,00 e delegador: caso o investidor possua um patrimônio menor do que R$ 100.000,00, o atendimento self-service é o mais indicado. Provavelmente, o assessor/consultor não terá ganhos que justifique dar a atenção necessária para o cliente. Atualmente, clientes com esse tamanho possuem boas opções para investir de forma self-service. Algumas empresas possuem “robôs” que indicam uma carteira automaticamente de acordo com um questionário de perfil. Outra forma de investir é seguir as carteiras recomendadas das plataformas. Recomendo começar sempre seguindo as recomendações para clientes conservadores.
Investidor com menos de R$ 100.000,00 e autodidata: nesse caso, o investidor autodidata pode investir de forma self-service em uma plataforma utilizando os relatórios dela e de casas de análise para tomar suas decisões;
Investidor com mais de R$ 100.000,00 e autodidata: mesmo que esse cliente tenha o perfil autodidata, acho importante considerar a ajuda de um assessor que consiga monitorar a sua carteira e informá-lo sobre o mercado. Caso não encontre um profissional que o agrade, também tem a opção de seguir sozinho nas plataformas;
Investidor com mais de R$ 100.000,00 e delegador: esse perfil de cliente é o mais indicado para ter um assessor/consultor. Ele se sentirá confortável por não precisar dedicar-se tanto ao mercado e possuirá um profissional focado em entregar o máximo de valor para sua carteira.