Qual o impacto de Lula no Ibov?
Artigo publicado originalmente em https://www.linkedin.com/pulse/qual-o-impacto-de-lula-ibov-thiago-kurth-guedes-cfp-cnpi-p/?trackingId=OzGQ3hakRUG433j67d%2Fw%2FQ%3D%3D
Qual é o impacto de Lula na bolsa brasileira?
Será que o Ibovespa sobe mesmo com o governo atual?
Semana passada, eu estava escutando um ótimo podcast do Market Makers com Sandro Sobral. Ele é tesoureiro do Santander e estava falando sobre a alta da bolsa brasileira entre 2002 e 2008. Muitas pessoas atribuem essa alta à "Carta ao Povo Brasileiro" de Lula.
No entanto, ele afirma que a bolsa na verdade subiu por causa de fundamentos externos e que a política interna pouco teve a ver com a alta. Com isso, Sobral tem a expectativa de que esse cenário pode se repetir nos próximos anos
Decidi fazer uma análise própria comparando o IBOV com o S&P 500 (principal índice da bolsa dos Estados Unidos) desde 2002 até agora para comprovar a expectativa de que se sobe lá fora, sobe aqui dentro.
Plotei os dois gráficos com um período de três meses por período e fiz algumas comparações de variação percentual no gráfico logarítmo.
De 1º de julho de 2002 até julho de 2007, realmente tivemos um aumento significativo no S&P 500, que subiu 90,05%, uma alta considerável. Já o Ibovespa teve um momento dourado no Brasil, onde subiu 638%, um aumento muito expressivo.
E o que aconteceu em seguida? Em outubro de 2008, começaram a surgir os impactos da crise de 2008.
O S&P 500, começou a cair, a bolsa do Brasil ainda conseguiu se sustentar por mais tempo fazendo um novo topo, mas também reverteu sua tendência.
Entre 2008 a 2015 tivemos um longo período com algumas mudanças nas políticas econômicas do Brasil e alterações nas taxas de juros de forma um pouco mais heterodoxa.
Este período foi marcado por um mercado com pouca líquidez em que o Ibov ficou grande parte do período "andando de lado" com um retorno de 18,46%.
Já o S&P 500 teve um aumento de 127,94%. Esses dados me ajudam a concluir que o governo tem sim um impacto na bolsa brasileira, mesmo quando a bolsa americana está subindo.
Entre outubro de 2015 a outubro de 2019, temos outro período interessante. Com as mudanças de governo e políticas econômicas, o Banco Central passou a ter uma atuação um pouco mais independente, sendo mais zeloso com a taxa de juros e a inflação.
Nesse período, podemos ver que a bolsa dos Estados Unidos está mais refletida na bolsa do Brasil. O S&P 500 subiu 58,7% e o Ibovespa 166,77%.
Quando estamos alinhados com as expectativas econômicas globais e temos a possibilidade de crescer mais do que a bolsa americana quando ela está em alta.
Nos gráficos podemos ver o impacto da pandemia em 2020 com queda no S&P 500 e também no Ibovespa.
De janeiro de 2020 até o momento (junho de 2023), tivemos um aumento de 69,27% no S&P 500 e de 62,57% no Ibovespa. Ou seja, ainda temos espaço para crescer.
Quanto maior o risco, maior o retorno esperado. Caso o Brasil indique que fará uma boa política fiscal e mantenha o controle da inflação com os consequentes cortes na Taxa Selic, a tendência é render mais do que a bolsa americana.
Ainda dependemos muito de um cenário econômico mundial positivo. Podemos perceber que mesmo que tenhamos a melhor política do mundo, quando a bolsa americana cai, também caímos.
E caso o cenário seja positivo, nosso governo e nossa política têm a capacidade de atrapalhar a alta do Ibov caso não faça políticas que não entreguem resultados.
Um fato animador para o Ibov, é a imagem do Brasil em comparação com outros mercados emergentes como, por exemplo, a Rússia.
Estamos demonstrando um controle exemplar da inflação. Antecipamos as medidas econômicas, aumentando a taxa de juros antes do resto do mundo e estamos cada vez mais próximos de reduzir a Selic.
O valuation das empresas brasileiras também estão muito baratos. Creio que temos muitas razões para ser otimistas com o mercado brasileiro e podemos ter um segundo semestre bem positivo.
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